O Fantástico sempre esteve entre nós. Ele pulsa no silêncio de uma casa antiga, no brilho do olhar de uma criança que não distingue sonho de vigília, no rumor de histórias sussurradas ao redor do fogo. Está no espanto que sentimos diante do inexplicável — e no desejo profundo de dar forma a esse espanto.

A ciência, muitas vezes, tentou silenciá-lo. Mas o Fantástico insiste. Ele atravessa épocas, línguas e culturas. Ele ressurge em cada mito, em cada lenda, em cada ficção que se recusa a aceitar o real como limite. O Fantástico não é apenas ornamento estético: é uma linguagem da existência. Ele revela nossas angústias, denuncia poderes invisíveis, questiona a ordem que se quer inquestionável.

O Fantalogia nasce desse reconhecimento. Não como refúgio, mas como enfrentamento. Aqui, investigamos o Fantástico não como evasão do mundo, mas como sua mais radical interpretação. Acreditamos que monstros falam de nós, que fantasmas guardam nossas memórias coletivas, que universos distópicos projetam as fraturas do presente, que mundos mágicos carregam feridas e esperanças de povos esquecidos.

Este projeto é também um gesto de comunidade. Queremos reunir vozes diversas — pesquisadores, escritores, artistas, leitores — todos aqueles que sentem no Fantástico não um escapismo, mas uma ferramenta crítica e criadora. Nosso compromisso é abrir espaço para o diálogo, para o rigor e para a invenção.

Investigar o Fantástico é investigar a nós mesmos. É reconhecer que a fronteira entre o real e o impossível é um terreno fértil, onde se encontram ciência e arte, memória e futuro, razão e imaginação.

O Fantalogia não é apenas um portal. É um laboratório de olhares, um arquivo vivo do insólito, uma tentativa de cartografar os lugares onde o real se desfaz e, justamente aí, se revela mais humano.

Porque é no impossível — e em sua investigação — que muitas vezes encontramos as verdades mais urgentes.

Anexe também uma breve apresentação, mini biografia (até 10 linhas), área de atuação e, se possível, links para trabalhos anteriores ou currículo Lattes/ORCID.